
(AE)
Amanhã a conferência nacional dos trabalhadores, em São Paulo, discute um documento único com propostas e reivindicações aos candidatos a presidente da República.
Um dos pontos do texto, porém, está em dissonância com os números e a análise do próprio Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Trata-se da criação de uma lei para dificultar a demissão sem justa causa. A intenção é reduzir uma doença crônica do mercado de trabalho brasileiro: a rotatividade, aquela mania das empresas de demitirem um empregado para contratar outro por salário menor.
A ideia, defendida por Paulinho da Força Sindical e Arthur Henrique, da CUT, chega atrasada.
Segundo o Dieese, a rotatividade ainda é alta nas seis principais regiões metropolitanas do país, mas caiu em 2009 (o saldo foi positivo em 995.110 vagas) para um patamar próximo ao de 2002.
De acordo com o economista Sérgio Mendonça, do Dieese, o motivo da queda foi o aumento real do salário mínimo. Um remédio muito mais eficiente para este mal do que uma simples lei – que, diga-se de passagem, ninguém sabe se, aprovada, vai realmente pegar.