PT teve compensações, mas demanda de aliados falou mais alto no novo ministério
O anúncio da nova leva de ministros, feito neste início de noite pela presidente Dilma Rousseff, ajuda a reforçar a tese de que o Planalto vai mesmo dar prioridade à governabilidade e às demandas de partidos aliados, mesmo que isso signifique cortar na carne do PT.
Os petistas, que já viram o Ministério da Educação ir para as mãos de Cid Gomes (PROS), brigaram até o último minuto para levar o Ministério do Trabalho como compensação. Mas a expectativa de que a permanência de Manoel Dias (PDT) seja formalizada nos próximos dias mostra que a insistência do PDT acabou falando mais alto.
Dilma avisou ao PT, ainda durante a corrida eleitoral, que seria necessário fazer concessões a aliados em nome da governabilidade, em um ano de ajuste fiscal e pressão na área econômica. Ainda assim, o partido esperava retribuições pela perda de pastas que considerava estratégicas.
Outra queixa recorrente entre quadros petistas é o fato de Dilma dar tratamento secundário à lógica interna da sigla. É tradição no PT respeitar a correlação de forças das correntes na distribuição de cargos.
A ideia de amarrar a ida de Ricardo Berzoini para as Comunicações – reivindicação antiga da ala majoritária do PT e até então rechaçada pela presidente – ajudou a acalmar parte dos ânimos petistas. Mas ainda é considerada insuficiente por alguns setores da legenda, que esperam um ajuste no anúncio da fatia que ainda resta na nova Esplanada.
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